Ego
O ego é exatamente o oposto do verdadeiro eu. O ego não é a pessoa. O ego é a decepção criada pela sociedade para que as pessoas possam continuar vivendo na fantasia e nunca se perguntarem a respeito da realidade.
Quando nascemos, temos nosso eu autêntico. Depois, a sociedade cria um falso eu. Ela cria uma falsa ideia de quem são as pessoas. Ela lhes dá um nome e, em torno do nome, cria ambições, condicionamentos.
O ego tem todos os desejos, ambições, vontades para estar sempre no topo de tudo. O homem é explorado por esse ego. E isso nunca lhe permite nem mesmo um vislumbre de seu eu autêntico, real, e sua vida está lá, em sua autenticidade. Portanto, esse ego produz apenas infelicidade.
A pessoa que busca a verdade tem de começar exatamente a partir desse ponto: descartar tudo o que lhe foi dito pela sociedade em relação a quem ela é. Com certeza, ela não é nada disso, pois ninguém pode saber quem o outro é, exceto ele próprio. Nem os pais, nem os professores, nem os padres. A não ser você mesmo, ninguém pode entrar na privacidade de seu ser. Logo, ninguém sabe nada sobre você, e o que quer que tenham dito a seu respeito está errado. Coloque isso de lado. Desmantele todo o ego! Ao destruir o ego você vai descobrir seu ser. E essa descoberta é a maior possível, porque dá início a uma peregrinação totalmente nova em direção à felicidade suprema, rumo à vida eterna.
O ego mantém o homem na expectativa: amanhã, quando for bem-sucedido, ele vai ficar alegre. Hoje, é claro, ele tem de sofrer, tem de se sacrificar. Se quiser ser bem-sucedido amanhã, hoje tem de se sacrificar. Tem de merecer o sucesso, e para isso ele está fazendo vários tipos de contorcionismos. E é só uma questão de um pouco de tempo de sofrimento para que depois haja alegria. Mas esse amanhã nunca chega. Nunca chegou. Amanhã simplesmente significa aquilo que nunca chega. Ele adia a vida. É uma bela estratégia para manter as pessoas em sofrimento. O ego não pode ter contentamento no presente. Não pode existir no presente, existe somente no futuro, no passado, naquilo que não é. O passado não é mais, o futuro ainda não é, ambos não existem. O ego só pode existir com o não existencial, pois ele próprio é inexistente. No presente, momento puro, o homem não vai encontrar nenhum ego em si, e sim uma alegria silenciosa, um nada silencioso e puro.
– Trecho do livro do Ego – Osho
