Mais Esperto que os Astros

O homem É uma alma e TEM um corpo. Quando ele situa apropriadamente o seu senso de identidade, deixa para trás todos os padrões compulsórios. Enquanto permanecer confuso em seu estado comum de amnésia espiritual, experimentará os grilhões sutis das leis do ambiente.

Deus é harmonia: o devoto sintonizado com Ele nunca realizará uma ação errônea. Suas atividades seguirão, correta e naturalmente, o ritmo das leis astrológicas. Após a meditação e a oração profundas, ele está em contato com sua consciência divina; não há poder maior que essa proteção interior.

Só quando o viajante atingiu sua meta é que pode dispensar o mapa. Durante a jornada, ele aproveita qualquer atalho conveniente. Os antigos rishis descobriram muitos meios de encurtar o exílio do homem no mundo ilusório. Existem certas características mecânicas na lei do karma que podem ser habilmente ajustadas pelos dedos da sabedoria.

Todos os males humanos se originam de alguma transgressão da lei universal. As Escrituras salientam que o homem precisa satisfazer as leis da natureza, mas sem desacreditar na onipotência divina.

Ele deveria dizer: “Senhor, confio em Ti, e sei que podes me ajudar, mas tentarei, de todos os modos, reparar qualquer mal que eu tenha causado.” Por uma série de meios – a prece, o poder da vontade, a meditação, a consulta aos santos – os efeitos adversos do passado podem ser diminuídos ou anulados.O Mestre ampliou minha compreensão das Escrituras do mundo. Colocando os textos sagrados na mesa imaculada de sua mente, ele era capaz de dissecá-los com o bisturi do raciocínio intuitivo e separar os erros e as interpolações dos eruditos da verdade originalmente expostas pelos profetas.

O Mestre explicava a Bíblia cristã com clareza maravilhosa. Foi de meu guru hindu, desconhecido da cristandade, que aprendi a perceber a essência imortal da Bíblia e a compreender a verdade na afirmação de Cristo – certamente a mais emocionante e definitiva que já se pronunciou: “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar.”

Os grandes mestres na Índia modelam a sua vida pelos mesmos ideais divinos que inspiraram Jesus; esses homens são seus proclamados irmãos: “Qualquer que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, este é meu irmão, e irmã e mãe.”

“Se vós permanecerdes na minha palavra”, salientou Cristo, “verdadeiramente sereis meu discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.

“Livres, todos senhores de si mesmos, os Cristos-Iogues da Índia são membros da confraria imortal: a dos que obtêm o conhecimento do Pai Único.

– Texto extraído do livro: Autobiografia de um Iogue – Paramahansa Yogananda