Boa Conduta – Parte 1
Os seis pontos sobre a conduta, especialmente exigidos pelo Mestre, são:
- Domínio da Mente;
- Domínio da Ação;
- Tolerância;
- Contentamento;
- Perseverança;
- Confiança.
1 – Domínio da Mente:
Isto significa domínio do temperamento, de modo a não poderes sentir cólera ou impaciência; domínio da própria mente, a fim de que o pensamento seja sempre calmo e sereno e, através da mente, o domínio dos nervos, a fim de que sejam o menos irritáveis possível.
A mente calma implica, coragem, a fim de afrontares sem medo as provas e dificuldades da Senda; implica, igualmente, firmeza, para suportar as perturbações inerentes à vida diária e evitar os aborrecimentos incessantes, oriundos de pequenas coisas em que muita gente consome a maior parte do seu tempo. O Mestre ensina que não tem a menor importância o que ao homem acontece exteriormente; tristezas, perturbações, doenças, perdas – tudo isso deve ser nada para ele e não deve permitir que lhe afetem a calma mental. São o resultado das ações passadas e, quando chegam, devem ser suportadas alegremente, com a lembrança de que todo mal é transitório e que é teu dever permanecer sempre contente e sereno.
Não cedas nunca à tristeza e ao desalento. O desalento é mau, porque contamina os outros e torna as suas vidas mais difíceis, o que não tens o direito de fazer. Portanto, sempre que venha a ti, deves repeli-lo imediatamente.
Deves ainda dominar o teu pensamento de outro modo; não o deixes vaguear. Emprega, diariamente, o poder do teu pensamento em bons propósitos; sê uma força orientada para a evolução. Pensa cada dia em alguém que saibas estar imerso na tristeza e no sofrimento, ou necessitando de auxílio e derrama sobre ele teus pensamentos de amor.
Preserva a tua mente do orgulho, porque o orgulho provém somente da ignorância. O homem que não sabe, pensa ser grande por ter feito alguma grande coisa; mas o homem sábio compreende que só Deus é grande e que toda boa obra é feita só por Ele.
2 – Domínio da Ação:
Se o teu pensamento for o que deve ser, encontrarás pouca dificuldade na ação. Lembra-te que para ser útil à humanidade, o pensamento deve traduzir-se em ação. Deves, porém, cumprir o teu próprio dever e não o de outrem, a não ser com a sua devida permissão e no intuito sempre de ajudá-lo. Deixa que cada homem execute o seu trabalho a seu modo; mantém-te sempre pronto a oferecer auxílio onde ele for necessário, porém nunca te intrometas.
Continua….
– Texto extraído do livro: Aos pés do mestre – J. Krishnamurti
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