Era uma vez, uma escola de anjos. Conta-se que naquele tempo, antes de se tornarem anjos de verdade, os aprendizes de anjos passavam por um estágio. Durante um certo período, eles saiam em duplas para fazerem o bem.

Aconteceu então, um dia, que dois anjos estagiários , se depararam com dois lavradores que seguiam por uma trilha. Neste momento, um deles, dando um grito de alegria, disse para o outro: – Tive uma ideia. Que tal darmos o poder para a estes dois lavradores por 15 minutos para ver o que eles fazem? E assim o fizeram. Tocaram suas mãos invisíveis na cabeça dos dois e se puseram a observá-los. Poucos passos adiante eles se separaram e seguiram por caminhos diferentes.

Um deles viu um bando de pássaros voando em direção a sua lavoura, e passando a mão na testa suada disse: – Por favor, meus passarinhos, não comam toda a minha plantação! Eu preciso que esta lavoura cresça e produza, pois é daí que tiro o meu sustento. Naquele momento, ele viu espantado, a lavoura crescer e ficar prontinha para ser colhida em segundos. Assustado, ele esfregou os olhos e pensou: devo estar cansado e acelerou o passo. Aconteceu que logo adiante ele caiu ao tropeçar em um pequeno porco que havia fugido do chiqueiro. Mais uma vez, esfregando a testa ele disse: você fugiu de novo meu porquinho! Mas, a culpa é minha, eu ainda vou construir um chiqueiro decente para você. Mais uma vez espantado, ele viu o chiqueiro se transformar num local limpo e acolhedor e o porquinho já instalado no seu compartimento. Esfregou novamente os olhos e disse mentalmente: Estou muito cansado! Neste momento ele chegou em casa e, ao abrir a porta, a tranca que estava pendurada caiu sobre sua cabeça. Ele então tirou o chapéu e disse: de novo, e o pior que não aprendo. Mas ainda hei de ter dinheiro e construir uma grande casa para dar conforto para a minha mulher. Naquele exato momento aconteceu o milagre. Aquela humilde casinha foi se transformando numa verdadeira mansão diante dos seus olhos. Assustado, e sem nada entender, convicto que era tudo decorrente do cansaço, ele se jogou numa enorme poltrona e, em segundos, estava dormindo.

Não houve tempo sequer para que ele tivesse algum sonho. Minutos depois ele ouviu o compadre pedindo socorro: Compadre! Ajude-me! Eu estou perdido! Sem entender o que estava acontecendo, ele se levantou correndo. Quando ele chegou na porta, encontrou o amigo em prantos. Ele lembrava que pouco antes eles se despediram no caminho e estava tudo bem. Então perguntando o que acontecera, ele ouviu a seguinte estória: – Compadre, nos despedimos no caminho e eu segui para a minha casa, acontece que vi um bando de pássaros voando em direção a minha lavoura. Isso me deixou revoltado e gritei: Vocês de novo, atacando a minha lavoura, tomara que seque tudo e vocês morram de fome! Naquele momento, vi a lavoura secar e todos os pássaros morrerem! Pensei, devo estar cansado, e apressei o passo. Andei mais um pouco e cai depois que tropecei no meu porco que havia fugido do chiqueiro. Fiquei bravo e gritei: Fugiu de novo? Porque não morre e para de me dar trabalho? Compadre, não é que o porco morreu, na minha frente. Acreditando estar cansado, andei mais depressa, e ao entrar em casa, me caiu na cabeça a tranca da porta. Naquele momento, já estava com raiva, gritei novamente: – Esta casa caindo aos pedaços, porque não pega fogo logo e acaba com isso? Compadre, naquele momento a minha casa pegou fogo, e tudo foi tão rápido que eu nada pude fazer!

Moral da estória: Muito cuidado com o que você fala; como age e principalmente com aquilo que pensa! Sua mente trabalhará para que tudo aconteça, seja bom ou ruim.

Texto extraído do site Metáforas.